A FIFA lançou um sistema online que pretende fazer um controlo apertado sobre todas as transferências internacionais e torná-las mais transparentes. O Transfer Matchin System (TMS) passa a funcionar em todo o mundo a partir desta sexta-feira, 1 de Outubro.
O sistema, que foi usado em fase experimental em alguns países nos últimos dois anos, quer ser um instrumento essencial para detectar, por exemplo, casos de lavagem de dinheiro.
O funcionamento é simples. Os dois clubes envolvidos numa transferência têm que submeter no TMS a mesma informação, caso contrário a transferência será bloqueada e a Federação não pode emitir o certificado internacional do jogador. Fazem-no através de um formulário com mais de 30 pontos, que incluem a informação sobre o jogador, sobre o clube, sobre os pagamentos (incluindos a verba envolvida, as prestações e detalhes bancários ou os pagamentos por formação devidos a terceiros. A esta informação têm de ser anexadas cópias dos documentos do jogador e do contrato, sempre por via electrónica.
«É um momento histórico para o futebol. O TMS é um sistema online relativamente simples, mas terá um impacto tremendo nas transferências internacionais. Graças a ele, as autoridades do futebol têm mais detalhes sobre cada transferência. O mais importante é que aumenta a transparência das transacções e ajuda-nos em questões como a luta contra a lavagem de dinheiro e a protecção das transferências de menores», afirmou Joseph Blatter, presidente da FIFA, na apresentação do programa.
A FIFA reforça a utilidade do TMS no que diz respeito aos jogadores jovens. Ao garantir que é possível seguir desde cedo o percurso de um jogador, permite saber quais os clubes por onde passou e que devem ser compensados pela sua formação. Também pode ajudar a reduzir o número de transferências de menores. Elas estão sujeitas desde 2009 à aprovação de um subcomité da FIFA, que terá agora informação imediata sobre qualquer intenção de transferência de um jogador nessas condições.
O TMS, anuncia ainda o organismo, vai aplicar-se a todas as federações filiadas na FIFA e a 3633 clubes.
A FIFA não revelou quantos elementos terá a investigar eventuais irregularidades detectadas, mas garante que haverá sanções pesadas para quem cometer infracções. Os responsáveis do organismo também defendem que, apesar de ter estado em fase experimental, o sistema já teve resultados, nomeadamente na redução de transferências de menores na América do Sul. «Basicamente, os clubes diziam: «Isto é demasiado difícil, há demasiadas exigências», disse Mark Goddard, responsável do programa anti-corrupção da FIFA, em conferência de imprensa. MF