RUI RANGEL RESPONDE SOBRE OS DIREITOS TELEVISIVOS DO BENFICA
Caros,
Como a qualquer benfiquista, preocupa-me a questão dos direitos televisivos. A forma como eles forem tratados, pela futura direcção, dirá muito sobre a sua capacidade de resposta aos problemas que se colocam ao nosso clube. Quando for eleito, em relação a essa matéria, a primeira coisa que devo fazer é olhar para as responsabilidades contratuais ainda existentes e verificar se se confirma o direito de opção da actual entidade gestora dos direitos televisivos.
Mas, atenção, quero, desde já, garantir aos benfiquistas que direito de opção não significa direito de obrigação. Se esse direito existir, o que se passa é que a actual entidade gestora dos direitos deve acompanhar a melhor oferta. E é aqui que a futura direcção tem de zelar pelos interesses do Benfica e não de outros. A futura direcção do Benfica tem de ir à procura da melhor oferta, não pode cristalizar numa única oferta. E o primeiro passo é fazer um estudo de viabilidade económica sobre a possibilidade de encaixar os direitos televisivos na Benfica TV, embora devamos reconhecer que nenhum clube mundial que tem canais televisivos próprios o tenha feito até hoje. Por alguma razão será. Mas é o dever da nova direcção de não dar nenhum passo sem completar, primeiro, a realização desse estudo de viabilidade económica. A seguir, deve a direcção dar outros passos, como o de abrir um concurso internacional, porque acredito que os direitos televisivos podem jogar um papel importante, até mesmo crítico, no esforço de internacionalização da marca. Um concurso internacional terá o efeito de colocar o Benfica perante uma escolha e sobretudo de confirmar o estatuto de único clube português com margem internacional de crescimento. Dentro desta perspectiva, a direcção eleita do Benfica, deve igualmente cuidar de estabelecer, perante a melhor oferta, um conjunto de condições à eventual parceira do clube, como gestora dos direitos. Esse operador não pode ter interesses opostos aos interesses manifestos do clube. Isso, para mim, é incompreensível, assim como julgo que o Benfica deve pugnar, nessa eventual relação com o novo operador, pelo estabelecimento de uma exclusividade, que garanta ao Benfica que os seus interesses não se cruzam com os interesses de outros clubes. Terminado este processo, deve realizar-se uma assembleia geral, em que as várias soluções serão apresentadas, discutidas e votadas.
Este é um assunto que preocupa os benfiquistas, por isso, entendo que a decisão deve ser tomada pelos benfiquistas. E porquê? Porque confio na capacidade dos benfiquistas em escolher o que é melhor para o Benfica. Não conheço ninguém melhor do que os benfiquistas para decidir o que é melhor para o Sport Lisboa e Benfica.
Melhores Cumprimentos,
Rui Rangel
Sublinhados são da nossa responsabilidade.
Sem querer, para já, analisar o mérito destas propostas, a verdade é que a referida carta configura uma tomada de posição sobre uma questão que preocupa os Benfiquistas e que será muito importante para o futuro do nosso clube.