JOÃO VIERA PINTO – ÚLTIMO JOGO PELO BENFICA FOI HÁ 10 ANOS

Há dez anos, JVP fez o último jogo pelo Benfica, em Alvalade. Mudou-se para o Sporting mas continuou no coração dos benfiquistas.
Pode um capitão de equipa transferir-se do Benfica para o Sporting?
Impensável, dirão os mais puristas. OK, mas imagine que sim, imagine que esse clube tem um presidente destreinado. E se ele, o capitão, nem assim, com essa transferência entre rivais seculares, quebrar os laços de gratidão com os adeptos? Isso já é pedir de mais. Mas não é, não é mesmo, se o jogador for o menino de ouro. Esse mesmo, o JVP. Sim, o João Vieira Pinto.
Há dez anos, ele fez o último jogo de sempre pelo Benfica, em Alvalade. Pequeno e frágil, tem um talento inquestionável e uma tendência para fazer história. Com apenas 17 anos, em 1989, sagrou-se campeão mundial de juniores, título que repetiu em 1991, já como capitão da selecção nacional. Pelo meio, uma transferência do Águias da Areosa para o Boavista e uma experiência malsucedida no Atlético Madrileño, apesar do apoio de Paulo Futre.
Quando regressou ao Boavista, no Verão de 1991, estava um homem feito, casado e pai de um filho. Nessa época, venceu a Taça de Portugal ao FC Porto e transferiu--se para o Benfica (500 mil contos), após acérrima disputa com o Sporting. Voltaria a levantar a Taça no ano seguinte (5-2 ao Boavista, com um golo da sua autoria), para depois viver um Verão quente. Esteve quase no Sporting, mas uma intervenção de Jorge Brito recolocou-o no Benfica. Em boa hora. Afinal, a época 1993-94 foi decidida por ele num célebre clássico com o Sporting, em Alvalade - 6-3, com hat trick do JVP, em que o jornal "A Bola" dá nota máxima (10) pela primeira vez.
Seis épocas e dois presidentes depois, a surpreendente dispensa, nas vésperas do Euro-2000, por sugestão do presidente Vale e Azevedo (que cobrava 20 golos por época ao avançado) e posterior consentimento do técnico alemão Jupp Heynckes. Para trás ficaram oito épocas de vermelho, cinco delas como capitão. Optou pelo rival Sporting. Mas continuou no coração dos benfiquistas, que choraram a sua saída, anunciada numa conferência de imprensa no dia 5 de Maio de 2000, no Hotel Radisson, em Lisboa.
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