Há dias, na sequência da saída de Javi Garcia para o Manchester City, escrevemos o seguinte Post, que de alguma forma resumia o posicionamento que o Benfica assumiu neste mercado de transferências. Se nesse Post já ficava claro que o plantel estava desequilibrado, com a saída de Witsel, avançada em 1.ª mão por nós, a situação complicou-se, ainda mais.
Se no caso de Witsel não podemos imputar responsabilidades ao Presidente do Benfica e restante direção, porquanto os russos "bateram" a cláusula de rescisão, tendo o Benfica ainda proposto uma revisão salarial a Witsel - não aceite pelo jogador - por forma a tentar que ele permanecesseno clube. Não foi possível mas pelo menos tentaram, o poder económico dos Rublos falou mais alto e o elevadíssimo salário oferecido a Witsel aliando ao pagamento a pronto dos 40 milhões da cláusula levaram-nos um grande e carismático jogador.
Por outro lado,o processo referente a Javi Garcia apresenta contornos diferentes e só levando a cabo uma interpretação muito extensiva se pode perceber como foi possível sair por 10 milhões de euros abaixo da cláusula de rescisão. Sem querer desresponsabilizar o Presidente do Benfica e sua direção, neste caso o City "comprou" o jogador oferecendo-lhe 5 milhões de euros por época, enquanto no Benfica recebia menos de 1 milhão por época. A estratégia do City funcionou. Atrasou a transferência para o último dia de mercado para diminuir a margem de manobra, apresentou, de facto, uma proposta irrecusável ao Javi e, depois de ter "ganho" o jogador para a causa, apresentou a proposta ao Benfica. Segundo se sabe, neste caso, o Benfica não apresentou melhores condições ao jogador, também seria difícil perante um cenário de 5 milhões por época...
O pior nem foram os negócios do ponto de vista estritamente financeiro. O pior e o que mais preocupa os Benfiquistas é a componente desportiva e a falta de planeamento. É que rumores no interesse de vários clubes em Javi e Witsel já eram antigos... Perder dois jogadores muito influentes - em 4 dias -, titularíssimos, sem ter alternativas reais e imediatas aos jogadores é que nos preocupa e demostra que o planeamento falhou. O Benfica não foi prudente e não acautelou eventuais saídas.
Se o Benfica já se apresentava com alguns desequilíbrios nas laterais esquerda e direita, passou agora a ter 2 novos problemas: a posição 6 e a posição 8. Se Matic pode vir a fazer o lugar de Javi Garcia, com maiores ou menores dificuldades, com maior ou menor qualidade, jáa posição 8, no atual plantel do Benfica, só vislumbro poder vir a ser assegurada pelo Carlos Martins (agora lesionado) ou pelo Bruno César. Mas tanto o Martins como o César, apesar da qualidade de um e de outro, não são aqueles jogadores de trabalho que os "meios-campos" das equipas que se pretendem vencedoras precisam... Pode ainda ser utilizado um esquema idêntico ao utilizado no ano do título, utilizando Matic a 6, Salvio à direita, Enzo Pérez/Gaitán à esquerda e Aimar a 10, mas também neste cenário a componente trabalho esforçado no meio campo parece débil... Neste cenário temos ainda que olhar para a equipa B e será que da equipa B pode algum jogador ir sendo trabalhado para estas posições e para entar no "11" em caso de lesões ou castigos?? Não sei! Mas talvez André Gomes, Miguel Rosa....
Bom, deixemos a tática para Jorge Jesus e esperemos que nos possa, novamente, surpreender com alguma adaptação que funcione, que dê equilíbrio à equipa, que nos permita lutar pelo título e fazer boa figura na Liga dos Campeões.
FORÇA BENFICA!!
GLORIOSAS SAUDAÇÕES!!
RF