Jorge Jesus foi taxativo no final do encontro com o Basileia, ao afirmar que nada está decidido quanto ao apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. É certo que o passaporte não está carimbado, mas não é menos verdade que a vitória diante na Suíça deixou as águias à beira do apuramento. Aliás, na minha opinião a chave da qualificação do Benfica passava por uma vitória no St. Jakob Park. E isso foi conseguido, com grande classe diga-se.

Agora bastará aos lisboetas derrotar o Basileia na Luz daqui a quinze dias para ir a Old Trafford, na quinta jornada, com o apuramento garantido. Quem diria que as águias pudessem ir ao Teatro dos Sonhos, já com fato de gala e a lutar “apenas” pelo primeiro lugar do grupo.

Em três jornadas as águias amealharam sete pontos e já ultrapassaram a marca da época passada, quando em seis rondas não foram além dos seis. Mas, afinal, o que mudou neste Benfica?

Muita coisa, a começar logo pela baliza. Artur é um guarda-redes como há muito tempo não se via na Luz, talvez desde os tempos de Preud’Homme. Dá muita segurança a toda a defesa e concilia na perfeição sobriedade e eficácia. Com a grande forma do guardião beneficia o resto da defensiva, que tem em Luisão o seu patrão. O Girafa parece estar cada vez melhor com o passar do tempo e já denota um grande entendimento com Garay. De Maxi Pereira já nem vale a pena falar e apenas se pode questionar o titular do lado esquerdo da defesa. Emerson apresenta grandes debilidades, como demonstrou na partida frente aos suíços.

No miolo também se notam grandes diferenças já que Javi García tem um grande auxiliar na hora de apagar fogos. Witsel assume um papel importante na manobra defensiva, mas depois sabe ser o primeiro armador do jogo ofensivo, uma vez que possui recursos técnicos inesgotáveis. E ainda há Aimar que beneficia e de que maneira com este novo figurino tático das águias.

Nas alas há soluções para todos os gostos com Gaitán em grande forma e com a luta interna entre Bruno César e Nolito. O brasileiro parece agora estar a apagar a chama do espanhol que começou a época com todo o fulgor. Por fim, a frente atacante está bem servida e a produzir a olhos vistos. A veia goleadora de Cardozo não espanta ninguém e Rodrigo ameaça ser a grande revelação desta temporada.

Em suma é um Benfica com um plantel mais amplo e com muito mais soluções comparando com a temporada passada. Por isso e devido à experiência europeia que já possuem acredito que os encarnados podem ir longe na Champions. Para já o primeiro objetivo está quase assegurado e na fase a eliminar tudo é possível. O céu é o limite!

Miguel Belo, Record