«Quanto maior o obstáculo maior a glória de tê-lo superado. Bom dia a todos». Eduardo (Toto) Salvio, Twitter
"Cuanto más grande es el obstáculo, mayor la gloria de haberlo superado. Buen día a todos."
«Queremos trazer a felicidade aos nossos adeptos» - Lima;
Benfica: Coentrão: «Vocês vão ser campeões»;
Pedro Henriques defende nomeação de Pedro Proença para o clássico;
«FC Porto paga 200 mil euros pelo título a cada jogador» - DN
F.C. Porto-Benfica: prepare-se, este é um jogo raro
Ponto prévio: o que o Dragão vai viver no sábado é algo de muito raro. F.C. Porto e Benfica só jogaram para o título num clássico entre eles numa das duas últimas jornadas do campeonato por duas vezes em toda a história da competição. O que diz tudo sobre este jogo.
Ora como se trata de um clássico com um caráter de exceção, convém que os adeptos o vivam como ele merece ser vivido. Podem começar, por exemplo, por perceber isso mesmo: que se trata de uma oportunidade rara. Depois convém perceber que a história aponta para um empate.
Aliás, qualquer outro resultado seria uma novidade. As duas ocasiões em que os rivais entraram nas duas jornadas finais a discutir o título, e se defrontaram numa delas, acabaram sempre em empate. O que, por arrasto, confirmou o título para o rival que partia na liderança.
CLÁSSICOS DO TÍTULO NAS ÚLTIMAS DUAS JORNADAS
38/39: F.C. Porto e Benfica empatam na última jornada e F.C. Porto é campeão
O F.C. Porto de Siska, que ainda é o mais novo treinador campeão de sempre, entra na última ronda com dois pontos de avanço. O clássico decide o título e justifica a ampliação da Constituição para 20 mil pessoas, lotação essa que esgotou e rendeu 117 contos. O jogo acaba em empate (3-3) e em polémica: o Benfica fez um golo no último minuto que lhe daria o título, mas foi anulado pelo árbitro. Houve mosquitos por cordas. A comitiva encarnada foi depois recebida em Lisboa em festa, com direito a banquete para todos.
Porto: Soares dos Reis; Sacadura e Guilhar; Anjos, Carlos Pereira e Reboredo; Lopes Carneiro, António Santos, Costuras, Pinga e Nunes.
Treinador: Siska
Benfica: Martins; Vieira e Gustavo; Gaspar, Albino e Francisco Ferreira; Barbosa, Rogério Pipi, Espírito Santo, Brito e Valadas.
Treinador: Lip Hertzka
Golos: 1-0, António Santos (2); 1-1, Rogério (7), 2-1, Costuras (44), 2-2, Brito (47), 3-2, António Santos (61) e 3-3, Brito (62)
68/69: F.C. Porto e Benfica empatam na penúltima jornada e Benfica é campeão
No ano que junta Eusébio à estreia de Toni, o Benfica é uma instituição mundial: a época começa com uma digressão de um mês pela América. A equipa chega a Portugal cansada e anda sempre na peugada do F.C. Porto. Este era porém um dragão minado por dentro: nas últimas quatro jornadas, o Porto perde em Coimbra, empata em casa com o U. Tomar e perde a liderança. É já sem Pedroto no banco, entretanto despedido, que o clássico na Luz da penúltima jornada decide o título: o nulo permite ao Benfica ser campeão.
Porto: Rui; Bernardo da Velha, Almeida (Chico Gordo, 73), Valdemar e Atraca; Rolando e Pavão (Lisboa, 71); Pinto, Djalma, Gomes e Nóbrega.
Treinador: António Morais
Benfica: Zé Henrique; Adolfo, Humberto, Zeca e Cruz; Jaime Graça e Toni; Zé Augusto, Praia (Coluna, 68), Eusébio e Simões .
Treinador: Otto Glória
O outro clássico
Houve outro caso parecido: em 77/78, Porto e Benfica empatam na antepenúltima jornada. Foi a época de todas as glória do F.C. Porto: ao fim de dezanove anos, recuperou o título. Foi também o tal ano em que o Benfica acabou sem derrotas, mais isso não chegou para ser campeão.
A formação de Mortimore, que voltava a contar com Humberto Coelho, liderou toda a época, mas os empates inesperados com Belenenses e Varzim permitiramm a ultrapassagem do F.C. Porto. A três jornadas do fim, nas Antas, Ademir empatou aos 83 minutos. Foi um ponto que valeu o título.
Porto: Gabriel (Seninho, 64); Simões, Freitas (Vital, 45) e Murça; Octávio, Rodolfo e Ademir; Oliveira, Duda e Gomes.
Treinador: Pedroto
Benfica: Fidalgo; Bastos Lopes, Humberto, Eurico e Alberto; Pietra, José Luís (Pereirinha, 37), Toni e Shéu; Nené e Chalana (Celso, 78)
Treinador: Mortimore
Golos: 0-1, Simões, 4, pb; 1-1, Ademir, 83.
Outras reviravoltas nas duas últimas jornadas do campeonato:
1942-43: Benfica ultrapassa o Sporting
O Sporting entra na penúltima jornada com um ponto de vantagem, mas perde no derby da Luz por 2-1 (golos de Júlio e Manuel da Costa para os encarnados, e Mourão para os leões) e é ultrapassado pelo Benfica. As duas equipas vencem na última jornada e o Benfica é campeão.
1954-55: Benfica ultrapassa o Belenenses
O Belenenses entra na última jornada com um ponto de avanço, mas a ter de receber o Sporting: no Campo das Salésias permite o empate (2-2) do então tetracampeão, enquanto o Benfica vence em casa o Atlético. Acabam com os mesmos pontos mas com vantagem para o Benfica, que é campeão.
1958-59: F.C. Porto ultrapassa Benfica
Um campeonato louco! À entrada da penúltima jornada, o Benfica liderava com vantagem de dois pontos, mas perde em Alvalade (2-1) e o Porto vence o Braga, ficando igualados. Na última jornada o Benfica dá 7-1 à CUF, mas o Porto vence o Torrense por 1-0 e é campeão por um golo apenas.
1978-79: F.C. Porto ultrapassa Benfica
Vinte anos depois, Benfica e F.C. Porto entram na última jornada igualados, mas o Benfica parte na liderança por ter melhor goal-average. Os encarnados não saem do nulo em Aveiro, enquanto o F.C. Porto goleia em Viseu. Na última jornada ambos vencem e o F.C. Porto é campeão por um ponto.
1979-80: Sporting ultrapassa F.C. Porto
O F.C. Porto tentava chegar ao tricampeonato e entra na penúltima jornada em igualdade com o Sporting, mas com vantagem no goal-average: ambos vencem e adiam a decisão para a última jornada. Nessa ronda, o F.C. Porto perde em Espinho (0-2), o Sporting vence o Leiria e é campeão.