HOJE É UM DIA HISTÓRICO!!!

 

 

 Fotos

  • Benfica players Jose Neto, Jose Aguas, Domiciano Cavem and Jose Augusto celebrate with the European Cup trophy in May 1961
  • Benfica players Joaquim Santana, Mario Coluna, Fernando Cruz and Eusebio play cards at the team hotel in April 1962
  • Benfica's Angelo clears a header from Barcelona’s Sandor Kocsis off the line during the 1961 European Cup final
  • Benfica’s Eusebio in 1962
  • Benfica's Mario Coluna during the 1960s
  • Legendary Benfica coach Bela Guttmann in 1962

 

Benfica reescreve a história..

 

"Deveriam dar logo o troféu ao Real Madrid e fazer outro para o time que tiver o direito de ser humilhado na final." Foram essas as palavras do alemão Paul Osswald após a derrota do Frankfurt para o clube merengue por 7 a 3 na decisão na Copa dos Campeões da Europa de 1959/60.

 

Na época, poucos duvidavam de que o Real voltaria a erguer a taça na temporada seguinte. Afinal, com a goleada diante de 127.621 espectadores no Estádio Hampden Park em Glasgow, o time madrilenho havia chegado ao quinto título consecutivo em cinco edições da então jovem competição europeia. Além disso, a diferença no placar — até hoje a maior da história das finais do torneio — fortalecia a ideia de que a equipe era imbatível.

Em novembro de 1960, no entanto, o planeta futebol sofreu um verdadeiro terremoto. A tabela das oitavas de final colocou frente a frente o Real e o Barcelona, que já haviam se enfrentado nas semifinais da temporada anterior, com duas vitórias do time da capital. Porém, o primeiro sinal de surpresa veio na partida de ida, com o Barcelona marcando dois gols inesperados, segurando o empate em 2 a 2 e pondo fim a uma sequência de 15 vitórias do Real no Santiago Bernabeu.

A partida de volta no Camp Nou foi dramática. Com uma atuação inesquecível do arqueiro Antoni Ramallets, um gol contra, duas bolas afastadas em cima da linha, três gols anulados do time visitante, uma lesão que fez o Real jogar 30 minutos com apenas dez homens em campo e uma chance perdida no último minuto por Marquitos, o Barça venceu por 2 a 1 e eliminou o gigante.

Uma coisa ficou clara depois daquela partida: seis anos depois da sua criação, a principal competição interclubes do futebol europeu teria um novo nome gravado no seu troféu. E também outro consenso havia emergido: o de que a supremacia espanhola seria mantida no Wankdorfstadion de Berna, onde o Barcelona enfrentaria o Benfica na grande decisão. Afinal, o colosso catalão tinha vencido as duas últimas edições do Campeonato Espanhol e contava com um quinteto ofensivo formado por Luis Suárez, Zoltán Czibor, Ladislao Kubala, Evaristo de Macedo e Sándor Kocsis.

O Benfica só havia disputado a Copa dos Campeões uma vez, com eliminação na fase preliminar, e apenas um time português havia chegado à primeira fase nas cinco primeiras campanhas: o Sporting, que fora logo em seguida derrotado na ida e na volta pelo Standard de Liege na temporada 1958/59. Além disso, a Águia de Lisboa tinha chegado à decisão após um caminho relativamente fácil, com vitórias contra equipes como o Ujpest da Hungria e o AGF da Dinamarca.

Para completar, a seleção portuguesa, formada em grande parte por jogadores do Benfica, vinha de seis derrotas, entre elas uma humilhante goleada de 4 a 2 sofrida diante do modesto selecionado de Luxemburgo. O desequilíbrio foi exemplificado pelas declarações da imprensa espanhola de que Mário Coluna era o único jogador benfiquista bom o suficiente para entrar na escalação do Barça.

Conto de fadas
De fato, o Barcelona partiu para cima desde o início do jogo, abrindo o placar com Kocsis e só não ampliando o escore devido a uma certa falta de sorte e a incríveis defesas do goleiro Costa Pereira. "Mal conseguimos pegar na bola na primeira meia hora e tivemos sorte de ficar no 1 a 0", afirmou Coluna. Nascido em Moçambique e campeão de salto em distância no país africano antes de iniciar a carreira no futebol, o jogador sabia que seria necessário um impulso muito maior para superar a difícil barreira que era o Barcelona.

Mas tudo mudou como um conto de fadas em poucos instantes. Aos 30 minutos, Coluna recebeu a bola no círculo central, driblou Jesus Garay e furou a defesa barcelonista com um dos seus típicos passes em profundidade. Quem recebeu o toque foi Domiciano Cavem, que cruzou rasteiro para José Águas fazer o seu 11º gol da temporada, e talvez o mais fácil da sua bem-sucedida carreira. Logo a seguir foi a vez de o goleiro Ramallets cometer uma falha inesperada que viria a atormentá-lo por vários anos, colocando para dentro do próprio gol uma bola mal-afastada por Poncho.

Repentinamente, os portugueses estavam à frente. Não só isso: haviam ganhado moral e partido em busca do terceiro gol, que veio aos dez minutos da etapa final com um chute de sem-pulo de Coluna que encontrou um espaço mínimo no canto da meta defendida por Ramallets. O Barça ainda conseguiu se recuperar, mas, apesar de ter acertado quatro bolas no travessão em 35 minutos, só conseguiu um gol de Czibor, insuficiente para evitar a derrota por 3 a 2.

"Pouca gente havia nos dado esperanças antes da partida, e nos primeiros 30 minutos praticamente ninguém apostava que poderíamos nem mesmo manter um equilíbrio", relembrou Coluna. "Ninguém fora de Lisboa nos dava esperanças, mas saímos de trás para derrotarmos uma equipe cheia de astros, conquistamos uma vitória épica e silenciamos toda a Europa", complementou o técnico Bela Guttmann.

Um novo desafio
Depois daquele conto de fadas no Camp Nou, o Benfica enfrentaria uma missão possivelmente ainda mais difícil: repetir a conquista no ano seguinte. Após superar Nuremberg e Tottenham, a equipe portuguesa conseguiu mais uma vez chegar à decisão, mas teria pela frente o adversário mais temível de todos.


Disposto a deixar para trás a surpreendente eliminação do ano anterior, o Real Madrid havia marcado 24 gols e sofrido apenas dois na campanha rumo à final. A equipe comandada por Miguel Muñoz parecia destinada a recuperar o troféu, pois aos 23 minutos já vencia a decisão por 2 a 0 com gols de Ferenc Puskás após jogadas de Alfredo Di Stefano. Apesar de permitirem uma reação, os merengues fizeram o terceiro novamente com Puskás depois de outro passe do argentino para chegarem ao intervalo ganhando por 3 a 2.

Foi então que o revolucionário Guttmann colocou Cavem na marcação individual sobre Di Stefano. O Benfica perdeu um homem na armação, mas conseguiu anular o futebol do jogador mais criativo do Real. A mudança tática foi um golpe de mestre. Em vez dos medalhões madrilenhos, quem decidiu a final foi um rapaz desconhecido de 20 anos que Guttmann havia contratado após um encontro casual em uma barbearia de Lisboa.

Eusébio fez no Olympisch Stadion de Amsterdã a partida que o revelou para o mundo. Depois do gol de empate de Coluna logo no início da segunda etapa, o "Pantera Negra" balançou a rede duas vezes para garantir uma vitória monumental por 5 a 3. "Alguns times tremiam diante do Real, e as pessoas me diziam que eu me arrependeria de colocar um garoto no time", recordou Guttmann. "Era bobagem. Quando um jogador é bom, ele é bom. E eu garanto para vocês que o Eusébio era bom."

Talvez os organizadores da competição devessem mesmo ter esculpido aquele "outro troféu" de que Osswald falara, mas para ser disputado entre Barcelona e Real Madrid: as vítimas de um inesquecível time do Benficaque foi responsável por duas das maiores zebras da história do futebol mundial. 

 

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GRANDE REMATE DE magalhaes-sad-slb às 17:50 | COMENTAR | favorito