RICARDO ARAÚJO PEREIRA EM ENTREVISTA AO JORNAL I
Sim, fará falta. E é pena. O Benfica era o único clube que conseguia organizar um espectáculo daqueles com o seu símbolo. Os leões não voam tão bem e os dragões padecem do mesmo mal que a maior parte dos penalties que se vão assinalando a favor do Porto: não existem. Ainda assim, S. Jorge matou um. Veja como deve tratar-se de um bicho irritante, para conseguir fazer com que um homem que era santo perdesse a paciência.
Qual é a sua memória mais antiga do estádio da Luz?
Talvez um Benfica-Porto de 1981. Cheguei ao terceiro anel antigo logo a seguir ao almoço, porque os jogos eram à tarde e não havia esta mariquice dos lugares marcados, como na ópera. A certa altura, Pietra deu uma soberba sarrafada ao Frasco, que ficou a contorcer-se no chão. Um consócio que estava ao meu lado gritou, com muita humanidade: "Se ele está a sofrer, o melhor é abatê-lo!" Ganhámos 1-0, golo de João Alves. Resultado magro mas, tendo em conta que o árbitro era António Garrido, foi goleada. Nesse ano, fomos campeões e ganhámos a taça, também ao Porto, 3-1 na final. Três golos de Nené. Veloso marcou um na própria baliza logo a abrir, para lhes dar um de avanço, a ver se o jogo ficava mais equilibrado. Não resultou.